quarta-feira, 3 de março de 2010

Chico Xavier e a alma do Brasil




Chico Xavier e a alma do Brasil
Oito anos depois de sua morte, o mito do médium mineiro está vivo, forte e será renovado por uma onda de filmes que celebram o centenário de seu nascimento. O que explica essa popularidade?
Martha Mendonça, de Pedro Leopoldo e Uberaba. Com Leopoldo Mateus, Mauricio Meireles
PSICOGRAFIA
O ator Nelson Xavier como Chico, em cena do filme que será lançado no mês que vem. O espiritismo ganha as telas
Como se explica que um homem pobre, doente e semi-instruído, nascido mulato no início do século passado, em um rincão distante de Minas Gerais, viesse a se tornar, ao longo de seus 92 anos de vida, e sobretudo depois dela, uma espécie de mito brasileiro – um nome capaz de emocionar, motivar e organizar as pessoas em torno de uma fé e do trabalho filantrópico que ela inspira? O que havia na personalidade e nas ideias daquele homem careca, estrábico, sempre de peruca e óculos escuros, que se expressava com a fala pausada e amanteigada dos mineiros, capaz de sobreviver a sua morte em 2002 e transformá-lo em objeto de culto, de estudo e de interesse crescente dos meios de comunicação? Por que o celibatário ao mesmo tempo doce e obstinado, que se dizia capaz de conversar com os mortos e foi perseguido e ridicularizado por isso, conseguiu expressar tão bem a alma brasileira a ponto de tornar-se, ele mesmo, um ícone popular e uma figura respeitada mesmo entre aqueles que não compartilham de suas polêmicas convicções?

As respostas a essas perguntas, se elas existirem, talvez surjam no decorrer deste ano, quando se celebra, com uma onda de filmes, o centenário de nascimento de Chico Xavier, o médium mais conhecido do mundo e uma das personalidades mais queridas dos brasileiros.
No dia 2 de abril, data de seu nascimento em 1910, estreará Chico Xavier – O filme. Baseado no best-seller de Marcel Souto Maior, As vidas de Chico Xavier, e dirigido pelo blockbuster Daniel Filho, o longa-metragem vai ocupar 300 salas, promete lotar os cinemas e apresentar ao grande público (sobretudo aos jovens)uma história que, se fosse roteiro de ficção, seria classificada de inverossímil. Ou, no mínimo, exagerada. Garoto pobre do interior perde a mãe aos 5 anos, é maltratado na infância e começa a ver espíritos; escreve livros que seriam ditados por grandes nomes da literatura já mortos e ganha projeção nacional ao psicografar mensagens de pessoas que já morreram para parentes inconsoláveis. Lança mais de 400 obras literárias, que vendem 50 milhões de exemplares – mas doa tudo para a caridade. Sem boa saúde, trabalha sem parar e vive de seu salário do Ministério da Agricultura até morrer. Sem ser católico, vira quase um santo.
LADO HUMANO
O filme que conta sua vida – e tem Ângelo Antônio e Nelson Xavier vivendo o médium em duas fases – não será o único a estrear neste ano. Pelo menos outras quatro produções ligadas ao espiritismo – e ao médium – devem abocanhar boa bilheteria, inaugurando uma onda espírita no cinema nacional e popularizando ainda mais sua figura. Pode-se dizer que o trailer desta grande tendência foi Bezerra de Menezes – O diário de um espírito. No fim de 2008, o filme, com roteiro ruim e arrastado, levou aos cinemas mais de 300 mil espectadores ao mostrar a trajetória do chamado Médico dos Pobres, outro ícone da religião de Chico Xavier. A explicação: a força do espiritismo no país, que teria, de acordo com a Federação Espírita Brasileira (FEB), cerca de 20 milhões de adeptos. Agora, novos filmes de alguma forma ligados ao médium estão para ser lançados (leia o quadro na próxima página). Um deles tem potencial especial para o sucesso: Nosso lar, de Wagner de Assis, baseado no livro mais vendido de Chico, promete efeitos especiais feitos no Canadá, reproduzindo o cenário da vida no além, foco dessa obra que relata o lugar para onde iriam os espíritos depois da morte.

2 comentários:

  1. Estou muito ansioso pela estreia do Filme, bem como numa expectativa do que ele tem a nos mostrar além da Historia deste grande Mestre do Espiritismo Brasileiro e do mundo também, Chico Xavier. Que segundo Joana De Angelis, foi recebido por JESUS após seu desencarne.

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  2. EU TAMBEM TÔ SÓ ESPERANDO, E QUERO IR NO PRIMEIRO DIA, NÃO INTERESSA O TAMANHO DA FILA.

    JOÃO VITOR PRAGANA

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