
Krishna é o mais popular e amado avatar (encarnação, representante de uma manisfestação divina na Terra - forma encarnada de um Ser Supremo) da Índia, com maior número de templos e devotos. Possuía um apelo físico irresistível. Nos Puranas (“livros sagrados hindu”) é descrito como um pastor tocador de flauta. No Mahabharata (o mais antigo texto sagrado da Índia) é o sábio que dá o ensinamento a Arjuna (“discípulo”) no campo de batalha. Krishna é o maior Deus não ariano no panteão Hindu; ele foi a oitava encarnação de Vishnu, o Preservador do Universo; ele incorporou a forma humana para redimir as ações das forças do mal. O príncipe KRISHNA, que nasceu em MATHURA, e mais tarde tornou-se rei na cidade de DWARAKA, foi uma personalidade de muita influência no MAHABHARATA, onde teve importância vital nos acontecimentos épicos que modificaram toda a história do Oriente. Ele sempre é visto tocando uma flauta, com a qual encanta todas as criaturas vivas. Alguns de seus nomes são GOVINDA, SYAMASUNDAR ou GOPALA - o protetor das vacas. De acordo com as lendas, a beleza de KRISHNA é insuperável, encantando até mesmo inúmeros cupidos; ficou conhecido também por sua força invencível.
Os ensinamentos de KRISHNA foram perpetuados no livro "BHAGAVAD GITA", que é considerado por todos os mestres como a essência do conhecimento Védico. Este livro retrata uma conversação entre KRISHNA e seu mais poderoso discípulo, o herói ARJUNA, o arqueiro supremo, na famosa batalha de KURUKSHETRA. Nele, Krishna transmite a Arjuna, ensinamento da filosofia bramânica, referente ao dever próprio dos membros de cada casta e aos meios para se libertar dos fluxos dos renascimentos. Mais uma das maravilhas da Bhagavad-Gita! Aliás, estudar essas escrituras é como revolucionar o íntimo. Não o intelecto, mas o íntimo! Krishna tinha o dom de ser claro e misterioso ao mesmo tempo, falando com objetividade e subjetividade, de tal forma que ao lê-lo temos a impressão de que um oceano imenso encobre a superfície de suas palavras. As palavras dele são como oceanos. Ao lê-las podemos perceber claramente o quanto são imensas em sabedoria e beleza. Olhamo-las e tal como quando olhamos para o oceano, percebemos que há uma profundidade à ser explorada. E mergulhar nessas palavras é se auto-descobrir enquanto Filhos de Deus. Não tem como ver as profundezas da Bhagavad-Gita sem mergulhar nas palavras de Krishna. E mergulhar não é estudá-las como os oceanógrafos estudam o oceano nos livros e nas faculdades. Mergulhar é mergulhar. Praticar na própria vida! Só assim consegue-se ver as profundezas da Bhagavad-Gita e ler as entrelinhas de Krishna, esse Mestre tão especial que passou pela Terra. Abaixo consta um trecho do diálogo descrito entre Krishna e Arjuna no Bhagavad Gita:
Fala Krishna para Arjuna:
“(...)O verdadeiro Ser vive sempre. Assim como a ala incorporada experimenta infância, maturidade e velhice dentro do mesmo corpo, assim passa também de corpo a corpo – sabem os iluminados e não se entristecem. Quando os sentidos estão identificados com objetos sensórios, experimentam sensações de calor e de frio, de prazer e de sofrimento – essas coisas vêm e vão; são temporárias por sua própria natureza. SUPORTA-AS COM PACIÊNCIA. Mas quem permanece SERENO E IMPERTUBÁVEL no meio de prazer e sofrimento, somente esse é que atinge a imortalidade (...)”
A nossa essência divina só nos leva à felicidade se a colocarmos à serviço de Deus; Se usamos nossos talentos para a satisfação do Ego, nos perdemos de nós, mesmo estando conosco, porque o encontro com nós mesmos só se dá quando encontramo-nos junto à Deus.

O Om (ॐ) é o mantra mais importante do hinduísmo e outras religiões. Diz-se que ele contém o conhecimento dos Vedas e é considerado o corpo sonoro do Absoluto, Shabda Brahman. O Om é o som do infinito e a semente que "fecunda" os outros mantras. O som é formado pelo ditongo das vogais a e u, e a nasalização, representada pela letra m. Por isso é que, às vezes, aparece grafado Aum. Estas três letras correspondem, segundo a Maitrí Upanishad, aos três estados de consciência: vigília, sono e sonho. "Este Átman é o mantra eterno Om, os seus três sons, a, u e m, são os três primeiros estados de consciência, e estes três estados são os três sons" (VIII).
